sábado, 12 de dezembro de 2015

Lamentos

Nestas horas mortas que a noite cria
Entre um e outro verso do pavoroso poema
Que sob a pálida luz de uma vela eu lia
Me chegavam antigas lembranças de um dilema.

Quanto amargo e dissabor o silêncio produz!
Entre as sombras vacilantes da noite
Chegam em formas indefinidas, que sobre minha cabeça pairam
Aves e outras criaturas aladas que de infernais recônditos alçam voo até minha mente
A perturbar minh’alma.

Essas formas indefinidas das sombras criadas pelo medo
Ocupando o vazio do meu ser
Preenchendo o que antes era de sentimentos sublimes
E agora, somente o sentimento de dor.
O que antes era alegria, agora é tão somente o dissabor.

Que pena paga um condenado pelos sentimentos!
Oh, agonia incessante. Que martírios mais terei que suportar?
Como um medo tão latente do desconhecido, pode tanto me apavorar?
Será do vazio de minha alma que sinto medo?
Ou do esquecimento do meu ser, por outro já amado?

Não é do fim da vida que treme minha alma
Mas do fim do sentir-se bem eterno.
Não mais existir não é tão doloroso quanto o existir sem ser notado
Ou amar sem ser amado, ou perder o que jamais será recuperado.
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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Despedida



Ainda não entendo o que passou
Minha mente está perdida
Não acredito que tudo acabou
Não aceito a despedida

Tudo que fiz foi em vão
Mas não sabia como evitar
Sofrendo em minha eterna solidão
Tanta dor que nem posso imaginar...

Estas morta, é o fim
Seu desejo se tornou realidade
Teu sangue ainda está em mim
Agora és livre de verdade

Por quê me deixaste aqui?
Me diga onde errei...
O que não fiz por ti?
Sem você, logo sucumbirei

Mas agora, perguntas não vão adiantar
Pois você já não pode responder
Tudo que me resta é esperar
O dia em que também irei morrer

Então, me espere, anjo lindo...
Descanse nas sombras até o dia chegar
Quando novamente a verei sorrindo...
Quando finalmente poderei te abraçar.
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